Rascunhos de Carnaval I-
cantarolou...
palavra redonda
igual anca de moça
esperando hora de sambar
Uso palavras emprestadas para dizer quem sou Encontro sempre um modo de parecer quem quero Quando meio Adélia invento um passado e mostro-me mulher madura Noutro dia sendo Clarice encontro mistérios em mim Florbela é o auge da intenção de desnudar-me sangrenta Brinco de inventar com o Rosa Simplifico sentimentos ao parecer Quintana Valso com Chico ao sentir-me mulher Drummond me ajuda a carregar o mundo E vou assim tal qual personagem sem rosto
quarta-feira, 9 de março de 2011
III- A gente se vê por ai é promessa cumprida a risca pelo destino de quem se entrega à fantasia. Deixar-se ir sem planos é para os que não seguem o tempo, nem dobram sempre a mesma esquina. De supetão, como quem leva um susto. João encontrou Fernanda numa rua qualquer, no meio de um bloco escolhido ao acaso. Os dois sabiam de tudo: das conversas em volta e dos risos, da chuva fina molhando o cabelo enfeitado da menina, do batuque se afastando. O que nem imaginavam é que não se pode fugir quando o acaso conduz, costurando inesperadamente a vida da gente.
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