fez igualzinho mandaram
pegou dicionário
meteu na mochila e foi
nem precisou
quando não sabia o que era
buscava nome da cabeça
explicava sentido pelo cheiro
botava ouvido grudado pra reproduzir som
aprendeu tanto com isso
que desandou a ensinar
escrevendo nos muros da cidade
pra ninguém carregar peso nas costas
bastava olhar pra fora da janela
e lá estavam elas
as palavras desenhadas
com significado do lado
e prazer maior ainda
era contar pra todo mundo
que era de mentirinha
era coisa da cabeça
da cabeça de poeta
herança de uma avó de longe
habilidosa com as linhas
bordava que era uma beleza
cada lindeza de desenho fazia
veio daí o jeito da moça
com boa mão pra bordar palavras
Uso palavras emprestadas para dizer quem sou Encontro sempre um modo de parecer quem quero Quando meio Adélia invento um passado e mostro-me mulher madura Noutro dia sendo Clarice encontro mistérios em mim Florbela é o auge da intenção de desnudar-me sangrenta Brinco de inventar com o Rosa Simplifico sentimentos ao parecer Quintana Valso com Chico ao sentir-me mulher Drummond me ajuda a carregar o mundo E vou assim tal qual personagem sem rosto
sábado, 26 de novembro de 2011
aprendi com Manoel
o de Barros
a olhar as coisas de pertinho
sentir
a desaprender
e fazer de novo
e sempre
recortando
colando pedacinhos inusitados
entendendo melhor o que os sons das letras dizem
desaprendi com o Manoel
a crer nas convenções
a mania de corrigir invenção de qualquer gente
a rabiscar de vermelho palavras dos outros
a rir do esquisito
com ele
o Manoel
peguei mania
de parar um tempão perto de árvore
e virar lagarta
de tomar banho de rio só pensando
pedra rio lagarta amor parede menino
tudo depois vira palavra
tudo se desvira em palavra
e torna a virar
até a roda engordar
porque chamou todo mundo
pra dentro
pro centro
até cada um inventar a sua
e ter desjo de escrever no limo
escorregar na terra molhada
enfeitar frase com prefixos coloridos
e finais inesperados
palavra é boa se desperta vontade de brincar
o de Barros
a olhar as coisas de pertinho
sentir
a desaprender
e fazer de novo
e sempre
recortando
colando pedacinhos inusitados
entendendo melhor o que os sons das letras dizem
desaprendi com o Manoel
a crer nas convenções
a mania de corrigir invenção de qualquer gente
a rabiscar de vermelho palavras dos outros
a rir do esquisito
com ele
o Manoel
peguei mania
de parar um tempão perto de árvore
e virar lagarta
de tomar banho de rio só pensando
pedra rio lagarta amor parede menino
tudo depois vira palavra
tudo se desvira em palavra
e torna a virar
até a roda engordar
porque chamou todo mundo
pra dentro
pro centro
até cada um inventar a sua
e ter desjo de escrever no limo
escorregar na terra molhada
enfeitar frase com prefixos coloridos
e finais inesperados
palavra é boa se desperta vontade de brincar
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
terça-feira, 22 de novembro de 2011
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
terça-feira, 15 de novembro de 2011
sábado, 12 de novembro de 2011
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
domingo, 6 de novembro de 2011
Assinar:
Postagens (Atom)