chegou como música
seduzindo a mulher
nem Adélia em seus poemas
o indentificaria
homem jamais visto por ali
era mágico
como uma janela aberta no tempo
só para ela tocava
num impulso
começou a dançar
sem ser notada
fez círculos no tapete
revelou-se
marcou os passos
e ao fechar a janela
não deixou vestígios do seu desvario
pelo quarto
tudo ficou como antes
salvo ela mesma
Uso palavras emprestadas para dizer quem sou Encontro sempre um modo de parecer quem quero Quando meio Adélia invento um passado e mostro-me mulher madura Noutro dia sendo Clarice encontro mistérios em mim Florbela é o auge da intenção de desnudar-me sangrenta Brinco de inventar com o Rosa Simplifico sentimentos ao parecer Quintana Valso com Chico ao sentir-me mulher Drummond me ajuda a carregar o mundo E vou assim tal qual personagem sem rosto
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
bem no dia que descobriu
desconfiou
como podia ter vivido tanto sem saber
culpou a pessoa errada
fez discurso
pra parede
queda de braço
à toa
logo o lado mais frágil
aparentemente
desprotegido
destapou o rosto
e estava lá
conhecido há muito
sempre pintado
camuflado
à espera
do suposto algoz
o acusado por tantos anos
possivelmente até este momento
nem desconfie de sua inocência
ou desacredite que saibam
efetivamente
que não foi por sua culpa
desconfiou
como podia ter vivido tanto sem saber
culpou a pessoa errada
fez discurso
pra parede
queda de braço
à toa
logo o lado mais frágil
aparentemente
desprotegido
destapou o rosto
e estava lá
conhecido há muito
sempre pintado
camuflado
à espera
do suposto algoz
o acusado por tantos anos
possivelmente até este momento
nem desconfie de sua inocência
ou desacredite que saibam
efetivamente
que não foi por sua culpa
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Eu conto um conto
Saiu com passsos apressados. De propósito esticava as pernas. Parecer mais rápida, sua vontade de agora. Não marcava corretamente o tempo. O relógio nunca foi seu parceiro. Fica ansiosa com as horas certinhas por perto. Prefere calcular um tempo imaginário. O sol virou toque de prazer. Pele ansiando por ele. O movimento da rua. O calor. A vontade de fazer o dia dar certo. Pensa em recomeçar. Passos largos. Cabeça apressada. Alma quieta. Sabe que pode. E vai.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
hoje parou pra pensar
colocar cada coisa no lugar esperado
fica meio mole
no ar
a realidade pode ser tão paralizante
inibindo a vontade de criar
invertar uma vida
tudo em volta para
e só ela gira
confusamente
vai pegando com as mãos pedaços
de histórias do passado
costura
apresenta-se ao agora
dizendo como era
o que se deu
quando ainda nem sabia
é necessário separar o real da fantasia
ouve
nega-se
não gosta de pisar no chão com muita força
prefere andar só um pouquinho acima
onde ainda tem o controle
ou pensa ter
mas também o prazer longe da dureza das verdades
absolutas
nas quais não acredita
colocar cada coisa no lugar esperado
fica meio mole
no ar
a realidade pode ser tão paralizante
inibindo a vontade de criar
invertar uma vida
tudo em volta para
e só ela gira
confusamente
vai pegando com as mãos pedaços
de histórias do passado
costura
apresenta-se ao agora
dizendo como era
o que se deu
quando ainda nem sabia
é necessário separar o real da fantasia
ouve
nega-se
não gosta de pisar no chão com muita força
prefere andar só um pouquinho acima
onde ainda tem o controle
ou pensa ter
mas também o prazer longe da dureza das verdades
absolutas
nas quais não acredita
sábado, 22 de outubro de 2011
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