quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

quem dera brincar de gangorra fosse coisa só de menina
mas não
mulher também finca pé no chão
ou solta rápido e sente o solavanco
o meio
o instante do equilíbrio
ah
isso se busca a vida inteira

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

viu nas cartas
do baralho
leu nas cartas
de amor
e teve certeza
da mão do destino
dos sonhos premonitórios
das falas das mães mais velhas
nem vento espalhava o dito
segredos de pastas fechadas no armário
um dia sim
será história verdadeira
das que se podem legitimar em cartório

de botas pesadas pisou na areia
afundou
esticou os braços
pra nada acontecer
até que chegaram os pombos
e confirmaram sua condição de estátua

faz tempo que não chego
me perdi no silêncio
errei caminho das linhas
fiz força pra consertar pensamentos
contei segredos pra mim