Uso palavras emprestadas para dizer quem sou Encontro sempre um modo de parecer quem quero Quando meio Adélia invento um passado e mostro-me mulher madura Noutro dia sendo Clarice encontro mistérios em mim Florbela é o auge da intenção de desnudar-me sangrenta Brinco de inventar com o Rosa Simplifico sentimentos ao parecer Quintana Valso com Chico ao sentir-me mulher Drummond me ajuda a carregar o mundo E vou assim tal qual personagem sem rosto
terça-feira, 30 de junho de 2009
Mayra
Menina de luz
com cores dos pés ao cabelo
anima
vida
ondas
Chega dando luz
carregando a cidade de tintas
marcando as trilhas
Leva a cidade com ela
nas cores mais fortes
marcadas
sentidas mais que tudo
Voa
desce em lugares tão outros
sem susto
ainda projetada em cores
nas telas pálidas
em paredes nuas
Aquece
transborda
apaixona
se apaixona
pelo novo
pelo outro
Estremece
percebe a vida se esticando
crescendo mais que ela
Busca o antes
tateia um passado recente
que confirma sua meninice
em cores de flores
Nas palavras ditas e ouvidas
em sua língua
que também é colorida
adornada de diferenças
fala o que sente
então em sons alheios é mais difícil
por vezes não se reconhece na língua cinza
Cor de Maria Maricota
decote bordado
pés descalços
promessa de arco íris
Leva contigo o mundo
os mundos
que não cabem numa cor só
sábado, 27 de junho de 2009
Receitinhas para aquecer corpo e alma
CháS
A primeira coisa é ter um bule de porcelana boa;- deve-se ferver a água e jogar dentro do bule para aquecê-lo;- depois, jogue a água fora e coloque o chá dentro do bule, tampe e deixar ficar só no vapor;- a quantidade de chá é a seguinte: “uma medida de chá para cada xícara que você for fazer e mais uma medida para o bule”. Então, se você for fazer 4 xícaras de chá, deve colocar 5 medidas (a medida é uma colherzinha de chá rasa);- deixe o chá no vapor e aqueça a quantidade de água necessária para quantas xícaras desejar. Não deixe a água ferver. Antes de ferver, tire do fogo e jogue no bule, tampe, deixe 5 minutos. É só coar e servir.
Chá de laranja e anis
1 l de água
casca de duas laranjas
4 flores de anisAçúcar ou mel q.b.
Preparação.1. Leve a água ao lume com a casca de laranja e as flores de anis, deixando ferver por cerca de 3 minutos.Depois desse tempo, retire o chá do lume e adoce a seu gosto, com o açúcar ou com o mel se preferir. Tape e deixe estar em infusão durante cerca de 15 minutos. Sirva bem quente.
CHÁ AROMÁTICO
3 porções - 12 kcal/porção
3 porções - 12 kcal/porção
Ingredientes:
2 xícaras (chá) de água
1/2 xícaras (chá) de suco de maçã
2 sementes de cardomomo
2 cravos-da-índia
1 lasca de gengíbre
1 saquinho de chá de camomila
1 saquinho de chá mate
1 pedaço de casca de laranja
1 pedaço de canela.
Modo de preparo:Coloque todos os ingredientes em uma panela e deixe ferver em fogo baixo por cerca de 10 minutos. Coe e utilize..
CHÁ DE MAÇÃ COM CANELA
Ingredientes:
Ingredientes:
Maçãs secas
Canela em pau.
Modo de preparo:A medida é mais ou menos um pau de canela para cada mão cheia de maçãs secas. No lugar delas, também pode-se usar cascas de maçã. É só ferver a água, colocar as maçãs desidratadas, canela e deixar ferver por 5 minutos.
Fernanda
Herança de mãe nem sempre cabe em gavetas
Eu e você dividimos:
o gosto pela vida
o sabor do simples
o desejo de amar
a vontade de ter filhos e criá-los para o bem
as leituras de Clarice
a aversão por sapatos
o cabelo
chorar demais
filmes de romance
as roupas de se vestir sem pensar muito nelas
querer mudar o mundo
e a tentativa de realizar isso a partir de uma sala de aula
acreditar no outro
resvalar por acreditar demais nos outros
horror à mentira
adorar uma havaiana
não ter paciência pra salão de cabeleireiro
cantar escondido
a timidez no meio de muita gente
a UFRJ
e a Faculdade de Educação na Praia Vermelha
o mesmo ônibus pro Fundão
as assembléias
rir à toa
Visconde de Mauá
a casa do Encantado
e a mangueira o cachorro
as conversas de domingo
a família
nossos silêncios
as músicas da MPB...
E quanto mais
por dentro
sem ser ainda dito ou entendido.
Temos tempo!
DulceMoura
quinta-feira, 25 de junho de 2009
A fada das histórias chega sem avisar
não veste mais as saias de tule nem mesmo tem varinha na mão
tem cara de gente
fala como nós
ainda se diz encantada
embora pareça bem mais real
tem até cuidado com o fogo
para não se queimar
comprometer-se?
nem pensar
intrometidas eram as outras
as de névoa
com suas promessas de tudo ser para sempre
talvez por já não ser tão menina
fique até feio admitir
o sonho com príncipe
sapato de crital o beijo na boca
agora é mulher madura
segura das novas formas de amar
amor romântico?
coisa de gente de papel
negado pelas teorias mais recentes
por isso a fada é outra nela mesma
deve ter guardado sua varinha
para quando se cansarem
e precisarem de novo dela
dos seus encantamentos
da magia
da permissão para voar
porque sabe não ser possível viver sem isso para sempre
Dulce Moura
não veste mais as saias de tule nem mesmo tem varinha na mão
tem cara de gente
fala como nós
ainda se diz encantada
embora pareça bem mais real
tem até cuidado com o fogo
para não se queimar
comprometer-se?
nem pensar
intrometidas eram as outras
as de névoa
com suas promessas de tudo ser para sempre
talvez por já não ser tão menina
fique até feio admitir
o sonho com príncipe
sapato de crital o beijo na boca
agora é mulher madura
segura das novas formas de amar
amor romântico?
coisa de gente de papel
negado pelas teorias mais recentes
por isso a fada é outra nela mesma
deve ter guardado sua varinha
para quando se cansarem
e precisarem de novo dela
dos seus encantamentos
da magia
da permissão para voar
porque sabe não ser possível viver sem isso para sempre
Dulce Moura
Outro dia podia tudo...
pensamento
Agora não mais
freio da vida real
Realidade apresentando a fatura
Não pode pagar
Não deve
Suportar o que de fato interfere no cotidiano
nas manobras do dia
parece fardo demasiado pesado
Nem mesmo com suas bandeiras
já carregadas por tantas outras
encostadas num canto da sala
encontra coragem
Se o tempo passa depressa demais
e ela corre para não perder nada
o vai e vem de lembranças
em flashes
a surpresa
a curva mal feita
os arranhões
surpreendem
Conta os minutos que faltam para o dia acabar
certa de ainda poder
Confunde-se
Altera roteiros
Muda os finais
Compreende as dores comuns a todas
Compartilha
não sofre só
Mas os pés a prendem
medem o caminho com exatidão
enquanto a cabeça vai na frnte
bem mais ágil
segura
Outro dia mesmo pensava na vida
traçava planos para bem depois
mas a urgência do fazer colocou-se na frente
fechou a porta
e guardou os desejos com cautela
para que não perdesse o rumo
Dulce Moura
pensamento
Agora não mais
freio da vida real
Realidade apresentando a fatura
Não pode pagar
Não deve
Suportar o que de fato interfere no cotidiano
nas manobras do dia
parece fardo demasiado pesado
Nem mesmo com suas bandeiras
já carregadas por tantas outras
encostadas num canto da sala
encontra coragem
Se o tempo passa depressa demais
e ela corre para não perder nada
o vai e vem de lembranças
em flashes
a surpresa
a curva mal feita
os arranhões
surpreendem
Conta os minutos que faltam para o dia acabar
certa de ainda poder
Confunde-se
Altera roteiros
Muda os finais
Compreende as dores comuns a todas
Compartilha
não sofre só
Mas os pés a prendem
medem o caminho com exatidão
enquanto a cabeça vai na frnte
bem mais ágil
segura
Outro dia mesmo pensava na vida
traçava planos para bem depois
mas a urgência do fazer colocou-se na frente
fechou a porta
e guardou os desejos com cautela
para que não perdesse o rumo
Dulce Moura
quarta-feira, 24 de junho de 2009
terça-feira, 23 de junho de 2009
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Esse desassossego
A alma não cabe
Sai pela boca
Calmaria é coisa para os outros
Com ela é tudo sentido
no peito
por dentro
Faz do corpo carapaça
pensando que aguenta
não
cansa
quer regaço
aconchego de palavra velha trazendo memórias
Chá de ervas para acalmar
Reza
proteção
Cercada pelas crenças
Atacada pela descrença de fora
Banhos
limpeza de entranhas
Amor
acalanto da alma
Cantigas
Lembranças
Perfumes
Nomes
Gente que chega fica vai
Mundo todo
notícias
histórias
cabe tudo numa folha de jornal
numa página da internet
mas nela não
não há espaço
por hoje não
Dulce Moura
sábado, 20 de junho de 2009
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Versos! Versos! Sei lá o que são versos…
Pedaços de sorriso, branca espuma,
Gargalhadas de luz. cantos dispersos,
Ou pétalas que caem uma a uma.
Versos!… Sei lá! Um verso é teu olhar,
Versos!… Sei lá! Um verso é teu olhar,
Um verso é teu sorriso e os de Dante
Eram o seu amor a soluçar
Aos pés da sua estremecida amante!
Meus versos!… Sei eu lá também que são…Sei lá! Sei lá!…
Meus versos!… Sei eu lá também que são…Sei lá! Sei lá!…
Meu pobre coração
Partido em mil pedaços são talvez…
Versos! Versos! Sei lá o que são versos..
Versos! Versos! Sei lá o que são versos..
Meus soluços de dor que andam dispersos
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Deus nos dá pessoas e coisas, para aprendermos a alegria...Depois, retoma coisas e pessoas para ver se já somos capazes da alegria sozinhos...Essa... a alegria que ele querJoão Guimarães Rosa
segunda-feira, 8 de junho de 2009
sexta-feira, 5 de junho de 2009
O tempo é uma superfície oblíqua e ondulante que só a memória é capaz de fazer mover e aproximar.José Saramago - O Evangelho segundo Jesus Cristo
Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia.
José Saramago
José Saramago
quinta-feira, 4 de junho de 2009
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Conto
Como era ainda menina não convencia muito em cima daquele salto tão alto. Parecia pisar em falso. Tão falso como a calça dos outros que vestia. Era bonita. Sabia do rebuliço que deixava quando passava pela esquina. Tudo que era homem olhava. Sempre foi assim. Desde muito pequena encantava. Dinheiro não tinha pra se enfeitar. A mãe trabalhava duro em casa de família. O pai fazia tempo já tinha se mandado. Também não queria nem saber. Tinha outros irmãos. Mesma mãe, outros pais. Ninguém estranhava isso por lá. Ora um, ora outro... O que não dava era pra mãe ficar sem homem, porque aí ninguém respeitava muito a casa. Pelo menos, era assim que se justificava. Beijou cedo, muito cedo. Não sabe ainda o que é amar de verdade. Aliás, de verdade quase nada acontece. Parece que tudo em volta é de mentira, A professora falou que a história era de ficção. Ficção!? Não entendia nada disso. Da diferença entre o sonho, aquele de quando se está dormindo, e a realidade...Isso sim!. Quantas vezes fechava os olhos e sonhava .Bom demais!!! Ali os pares eram perfeitos, as casa bonitas, tudo tinha seu lugar. A bagunça do real assustava , mas esperava o dia de baile. Sabia quando não era perigoso. Tudo era acertado antes. Era só escolher a roupa. Nem tinha muito lá o que escolher... Como quase tudo era dado pela patroa da mãe, o trabalho era encontrar o mais certo pro seu corpo. Tinha curvas a mais que as meninas da dona. Creme pro cabelo não podia faltar. Cheirava bem. Os garotos gostavam. Esperava até não poder mais a hora de subir. Era tudo amigo, ou quase tudo. Encontrava o pessoal da escola. Escolhia o par da vez e lá ia ela. Suava até não agüentar. Fugia dos homens com seus sexos a procura dela. Não queria assim. De manhã, com o baile acabado, podia dormir. Sabia que o tempo não ia poupar seu destino. Ouvia dizer que podia ser diferente. Uma coisa ou outra ainda entendia. O complicado era entender o caminho. Sabia daquele já andado pelas outras. Não era bonito. Só conhecido. Era bonita ainda. Bonita mesmo. Ainda sonhava.
Dulce Moura
Como era ainda menina não convencia muito em cima daquele salto tão alto. Parecia pisar em falso. Tão falso como a calça dos outros que vestia. Era bonita. Sabia do rebuliço que deixava quando passava pela esquina. Tudo que era homem olhava. Sempre foi assim. Desde muito pequena encantava. Dinheiro não tinha pra se enfeitar. A mãe trabalhava duro em casa de família. O pai fazia tempo já tinha se mandado. Também não queria nem saber. Tinha outros irmãos. Mesma mãe, outros pais. Ninguém estranhava isso por lá. Ora um, ora outro... O que não dava era pra mãe ficar sem homem, porque aí ninguém respeitava muito a casa. Pelo menos, era assim que se justificava. Beijou cedo, muito cedo. Não sabe ainda o que é amar de verdade. Aliás, de verdade quase nada acontece. Parece que tudo em volta é de mentira, A professora falou que a história era de ficção. Ficção!? Não entendia nada disso. Da diferença entre o sonho, aquele de quando se está dormindo, e a realidade...Isso sim!. Quantas vezes fechava os olhos e sonhava .Bom demais!!! Ali os pares eram perfeitos, as casa bonitas, tudo tinha seu lugar. A bagunça do real assustava , mas esperava o dia de baile. Sabia quando não era perigoso. Tudo era acertado antes. Era só escolher a roupa. Nem tinha muito lá o que escolher... Como quase tudo era dado pela patroa da mãe, o trabalho era encontrar o mais certo pro seu corpo. Tinha curvas a mais que as meninas da dona. Creme pro cabelo não podia faltar. Cheirava bem. Os garotos gostavam. Esperava até não poder mais a hora de subir. Era tudo amigo, ou quase tudo. Encontrava o pessoal da escola. Escolhia o par da vez e lá ia ela. Suava até não agüentar. Fugia dos homens com seus sexos a procura dela. Não queria assim. De manhã, com o baile acabado, podia dormir. Sabia que o tempo não ia poupar seu destino. Ouvia dizer que podia ser diferente. Uma coisa ou outra ainda entendia. O complicado era entender o caminho. Sabia daquele já andado pelas outras. Não era bonito. Só conhecido. Era bonita ainda. Bonita mesmo. Ainda sonhava.
Dulce Moura
Entre tragos e mais tragos
Escrevia como um louco buscando o arco perfeito de cada letra
Desde sempre essa ânsia o acompanhou
A loucura despejada sobre o papel parecia casual
Mas não
Estudava minuciosamente o que dizia
Mais ainda
como dizia
Não era um louco tão fácil de se entender
Carecia de percepção
Dulce mOura
Escrevia como um louco buscando o arco perfeito de cada letra
Desde sempre essa ânsia o acompanhou
A loucura despejada sobre o papel parecia casual
Mas não
Estudava minuciosamente o que dizia
Mais ainda
como dizia
Não era um louco tão fácil de se entender
Carecia de percepção
Dulce mOura
Assinar:
Postagens (Atom)