cheguei pesada
podendo mais tarde tomo um banho de sal grosso
faço uma reza
peço licença pra chorar
e durmo
cheguei cansada
podendo paro amanhã de dar murro em ponta de faca
faço um bom curativo
peço licença no trabalho
e acordo
Dulce
Uso palavras emprestadas para dizer quem sou Encontro sempre um modo de parecer quem quero Quando meio Adélia invento um passado e mostro-me mulher madura Noutro dia sendo Clarice encontro mistérios em mim Florbela é o auge da intenção de desnudar-me sangrenta Brinco de inventar com o Rosa Simplifico sentimentos ao parecer Quintana Valso com Chico ao sentir-me mulher Drummond me ajuda a carregar o mundo E vou assim tal qual personagem sem rosto
segunda-feira, 16 de abril de 2012
sábado, 14 de abril de 2012
essa minha história com as palavras
sei bem de onde vem
ou vem com a força de mar raivoso
ou calmaria de barco esperando a melhor hora
dos pés descalços do pescador sem medo do tempo
das mulheres e de suas roupas pesadas
do frio
do calafrio
da vida guardada no peito
dos olhares para além daquele lugar
da espera
das cartas mal escritas
de vozes altas
dos olhos molhados de choro
sei bem de onde vem
de outros tempos
das horas dos homens sós
a espera da volta
das mulheres cuidando dos filhos
protegendo a casa dos ventos e da chuva
lavando roupa em dia de sol
costurando as mantas roídas pelos invernos
sei bem de onde vem
de gargantas caladas
do medo de futuro
do amor a acontecer
do prazer escondido
vem de dentro
pedindo pra ser escrita
sei bem de onde vem
ou vem com a força de mar raivoso
ou calmaria de barco esperando a melhor hora
dos pés descalços do pescador sem medo do tempo
das mulheres e de suas roupas pesadas
do frio
do calafrio
da vida guardada no peito
dos olhares para além daquele lugar
da espera
das cartas mal escritas
de vozes altas
dos olhos molhados de choro
sei bem de onde vem
de outros tempos
das horas dos homens sós
a espera da volta
das mulheres cuidando dos filhos
protegendo a casa dos ventos e da chuva
lavando roupa em dia de sol
costurando as mantas roídas pelos invernos
sei bem de onde vem
de gargantas caladas
do medo de futuro
do amor a acontecer
do prazer escondido
vem de dentro
pedindo pra ser escrita
a sianinha colorida
amarradinha com cuidado de mulher
virou lacinho pra cortinae o vento vai e volta com ela
só às vezes fica quietinha
quando o ar está mais pesado
o dia escuro com cara de chuva
então a janela fechada resguarda o lacinho de sianinha
frágil a sianinha nem liga
só espera
sabe que passa
sossegada confia no tempo
amarradinha com cuidado de mulher
virou lacinho pra cortinae o vento vai e volta com ela
só às vezes fica quietinha
quando o ar está mais pesado
o dia escuro com cara de chuva
então a janela fechada resguarda o lacinho de sianinha
frágil a sianinha nem liga
só espera
sabe que passa
sossegada confia no tempo
quarta-feira, 11 de abril de 2012
sábado, 7 de abril de 2012
restituir à vida
explicação de dicionário
quantas vezes ressuscita um homem?
e quantas mais precisa ressuscitar?
todo dia
toda hora a força
bruta
do voltar à vida
ao começo
ou já no meio do caminho
pra não se perder muito tempo
voltas e voltas até tudo começar a andar
mais uma vez
e outra
contra o tempo do relógio
o tempo da cabeça ou do coração
urge (palavra imperiosa) o recomeço
ninguém se deixa estar só um pouco
ninguém nos deixa estar só um pouco
nem que seja pra voltar depois
já sem as marcas
com tudo em branco
pra de verdade restituir à vida o que lhe devemos
Dulce
explicação de dicionário
quantas vezes ressuscita um homem?
e quantas mais precisa ressuscitar?
todo dia
toda hora a força
bruta
do voltar à vida
ao começo
ou já no meio do caminho
pra não se perder muito tempo
voltas e voltas até tudo começar a andar
mais uma vez
e outra
contra o tempo do relógio
o tempo da cabeça ou do coração
urge (palavra imperiosa) o recomeço
ninguém se deixa estar só um pouco
ninguém nos deixa estar só um pouco
nem que seja pra voltar depois
já sem as marcas
com tudo em branco
pra de verdade restituir à vida o que lhe devemos
Dulce
Assinar:
Postagens (Atom)