sábado, 14 de abril de 2012

essa minha história com as palavras
sei bem de onde vem
ou vem com a força de mar raivoso
ou calmaria de barco esperando a melhor hora
dos pés descalços do pescador sem medo do tempo
das mulheres e de suas roupas pesadas
do frio
do calafrio
da vida guardada no peito
dos olhares para além daquele lugar
da espera
das cartas mal escritas
de vozes altas
dos olhos molhados de choro
sei bem de onde vem
de outros tempos
das horas dos homens sós
a espera da volta
das mulheres cuidando dos filhos
protegendo a casa dos ventos e da chuva
lavando roupa em dia de sol
costurando as mantas roídas pelos invernos
sei bem de onde vem
de gargantas caladas
do medo de futuro
do amor a acontecer
do prazer escondido
vem de dentro
pedindo pra ser escrita

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