o rato roeu a roupa
dela
aos poucos
no começo cautelosamente
ela nem percebeu
depois
sem cuidado algum
a nudez disfarçada
o incômodo
sentiu-se só
ela e o rato
não havia rei
Roma era muito longe
ali mesmo
na sala
o rato roeu a roupa
e a deixou entregue
exposta
e agora o que fazer
se nem ao menos é rei
se seus gritos não ecoam
ela
sem o rato
agora escondido atrás dos pedaços de pano
muitos
também de outros
o rato roeu a roupa
e ainda quer mais
Uso palavras emprestadas para dizer quem sou Encontro sempre um modo de parecer quem quero Quando meio Adélia invento um passado e mostro-me mulher madura Noutro dia sendo Clarice encontro mistérios em mim Florbela é o auge da intenção de desnudar-me sangrenta Brinco de inventar com o Rosa Simplifico sentimentos ao parecer Quintana Valso com Chico ao sentir-me mulher Drummond me ajuda a carregar o mundo E vou assim tal qual personagem sem rosto
terça-feira, 26 de junho de 2012
domingo, 17 de junho de 2012
o moço das histórias mal contadas
escondido do presente nos fios no passado
tem mágoas
prefere lembranças a novos feitos
talvez não tenha lido epopeias
e nem conhecido heróis de mentira
senta e lamenta o não vivido
foge
reconhece o erro de não tentar
e sem muito tempo pra gastar o futuro chega sem ensinar caminho
passa por ele quem está livre
carga muito pesada faz não ir adiante
escondido do presente nos fios no passado
tem mágoas
prefere lembranças a novos feitos
talvez não tenha lido epopeias
e nem conhecido heróis de mentira
senta e lamenta o não vivido
foge
reconhece o erro de não tentar
e sem muito tempo pra gastar o futuro chega sem ensinar caminho
passa por ele quem está livre
carga muito pesada faz não ir adiante
quarta-feira, 6 de junho de 2012
terça-feira, 5 de junho de 2012
sempre tem uma porta aberta
das que mal conseguem segurar o vento lá fora
ora são convite pra entrar
sentar na cozinha e tomar café quente
outras vezes inibem o passante
mostram pouco
a mesma porta pintada de branco
por muitos dias no caminho
pedindo pra parar e aceitar o pedido
mas também se pode alargar o passo e não entrar
desenhar na cabeça a xícara
até sentir o cheiro do café
e deixar pra depois
pensando que o tempo da conta de tudo
nem sempre
pois quando se volta atrás
pode o gosto não ser o mesmo
Dulce Moura
das que mal conseguem segurar o vento lá fora
ora são convite pra entrar
sentar na cozinha e tomar café quente
outras vezes inibem o passante
mostram pouco
a mesma porta pintada de branco
por muitos dias no caminho
pedindo pra parar e aceitar o pedido
mas também se pode alargar o passo e não entrar
desenhar na cabeça a xícara
até sentir o cheiro do café
e deixar pra depois
pensando que o tempo da conta de tudo
nem sempre
pois quando se volta atrás
pode o gosto não ser o mesmo
Dulce Moura
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