joga a rosa vermelha pra ela
peça pra abrir caminhos
disse o homem
e ela
fez
Uso palavras emprestadas para dizer quem sou Encontro sempre um modo de parecer quem quero Quando meio Adélia invento um passado e mostro-me mulher madura Noutro dia sendo Clarice encontro mistérios em mim Florbela é o auge da intenção de desnudar-me sangrenta Brinco de inventar com o Rosa Simplifico sentimentos ao parecer Quintana Valso com Chico ao sentir-me mulher Drummond me ajuda a carregar o mundo E vou assim tal qual personagem sem rosto
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
faz tempo mulher escolhe presidente
corre de casa pra urna
da urna pra casa
inteira em cada parte
aprendeu na lida
agora é tarde
só vai pra frente
tem vezes que se perde no meio do caminho
faz uma curva apertada e vai
ser mulher lhe consome muito
e com suas iguais divide as tarefas
faz acertos com os deuses
acende velas pede luz
as de hoje precisam ouvir os 'causos' antigos
pra pegar o fio da meada de outras mãos
e levar até as de lá da frente
não tem como não ser assim
Dulce Moura
corre de casa pra urna
da urna pra casa
inteira em cada parte
aprendeu na lida
agora é tarde
só vai pra frente
tem vezes que se perde no meio do caminho
faz uma curva apertada e vai
ser mulher lhe consome muito
e com suas iguais divide as tarefas
faz acertos com os deuses
acende velas pede luz
as de hoje precisam ouvir os 'causos' antigos
pra pegar o fio da meada de outras mãos
e levar até as de lá da frente
não tem como não ser assim
Dulce Moura
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
hoje carnaval
dia de se deixar andar por aí
a cidade abriu-se em muitas
nas cores e formas
nos odores fortes
nos corpos
gingas
nas fantasias
nos desejos guardados de cada um
o Rio
de fevereiro de sol
de carnaval de volta
o Rio dos que ficaram por opção
e de quem nunca pode sair
daqueles de longe encantados
de falas estranhas
e Português de múltiplos acentos
do Aterro com suas cores e gente
da Av Rio Branco com suas cores e gente
outras gentes
muitas gentes
em cada lugar uma batida
escolhas diferentes de se estar no carnaval
Rio desigual
mas que não dói nos dias de folia
até a cidade partida se permite ser assim
com seus espaços aparentementepara todos
de um lado
os meninos dançam livres com suas fantasias reinventadas
criatividade e liberdade
do outro
os meninos dançam ao lado das autoridades e seus carros camuflados
com suas fantasias cuidadosamente escolhidas das histórias de criança
onde o bate bola bordado encontra com as moças pintadas de roupas bem justas
e a chapeuzinho vermelho o lobo mau o porquinho o caçador
fazem pose ao lado dos passantes
os corpos se entendem diz o poeta
e as almas dos cariocas também diz o carnaval do Rio
pena não deixar que se conheçam
as almas
todas as almas de todas as gentes
Dulce Moura
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
abriu o armário e buscou fantasia
boa hora de brincar
descobrir nas roupas os detalhes
dela
da outra dentro dela
as saias coloridas
flores pro cabelo
aquele sapato vermelho
o brinco mais abusado e o batom
colares aos montes pendurados
nem ela sabia da vontade guardada de virar personagem
desta vez Frida
e sua marca de mulher enfeitada colorindo a vida
Dulce Moura
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
elas chegam de repente
só muito atenta para fazer sentido
muitas muitas palavras
a mulher fala demais
repete
e mais uma vez me vejo ausente
entrando em outras histórias
mas quando ouvi
entre uma olhada e outra na Tv
logo logo imaginei poema
mais pra guardar o dito
que respeitar a forma
era a história de uma nordestina
pequena e robusta
morena de cabelos escorridos
de olhos grandes e boca marrom
confesso ter ido além nos detalhes
e como não
se ela ficou frente a frente comigo
grudada no meu pensamento
desenhada na minha história de mulher
a tal nordestina mãe de muitos filhos
a que agradecia quando um deles morria logo
isso se ficava doente
sem jeito de melhorar
porque enquanto cuidava só de um
deixava os outros pra lá
enquanto choravam a morte
os outros
a mãe lembrava que eram anjos
e iriam logo pro céu
então sem lágrimas de dor
a mulher aceitava
o ciclo
da vida
das muitas vidas que gerava
e das mortes
das muitas mortes não choradas
resignada cumpria a sina
só muito atenta para fazer sentido
muitas muitas palavras
a mulher fala demais
repete
e mais uma vez me vejo ausente
entrando em outras histórias
mas quando ouvi
entre uma olhada e outra na Tv
logo logo imaginei poema
mais pra guardar o dito
que respeitar a forma
era a história de uma nordestina
pequena e robusta
morena de cabelos escorridos
de olhos grandes e boca marrom
confesso ter ido além nos detalhes
e como não
se ela ficou frente a frente comigo
grudada no meu pensamento
desenhada na minha história de mulher
a tal nordestina mãe de muitos filhos
a que agradecia quando um deles morria logo
isso se ficava doente
sem jeito de melhorar
porque enquanto cuidava só de um
deixava os outros pra lá
enquanto choravam a morte
os outros
a mãe lembrava que eram anjos
e iriam logo pro céu
então sem lágrimas de dor
a mulher aceitava
o ciclo
da vida
das muitas vidas que gerava
e das mortes
das muitas mortes não choradas
resignada cumpria a sina
domingo, 5 de fevereiro de 2012
jogo de cartAS
abertas
na frente da moça
ela sabe
acredita na sorte
depende disso
de sair do chão
olhar pro alto
pedir à lua
enquanto o rosto se enche de luz
imagina
inventa futuro
é assim
quando sai pela porta meio aberta do real
e entra pedindo licença
na sala das fantasias
escolhe
vê se caBE
e sai de lá vestida
bonita
prontinha pra mais um tempo
abertas
na frente da moça
ela sabe
acredita na sorte
depende disso
de sair do chão
olhar pro alto
pedir à lua
enquanto o rosto se enche de luz
imagina
inventa futuro
é assim
quando sai pela porta meio aberta do real
e entra pedindo licença
na sala das fantasias
escolhe
vê se caBE
e sai de lá vestida
bonita
prontinha pra mais um tempo
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