Dulce Moura
Uso palavras emprestadas para dizer quem sou Encontro sempre um modo de parecer quem quero Quando meio Adélia invento um passado e mostro-me mulher madura Noutro dia sendo Clarice encontro mistérios em mim Florbela é o auge da intenção de desnudar-me sangrenta Brinco de inventar com o Rosa Simplifico sentimentos ao parecer Quintana Valso com Chico ao sentir-me mulher Drummond me ajuda a carregar o mundo E vou assim tal qual personagem sem rosto
sábado, 30 de maio de 2009
As suas frases esbarrando nas outras
acomodando a verdade entre as linhas
me falam de você
Preciso contornar com cuidado para não assustar
mas lá estão as palavras
sempre tímidas
procurando não estar
Saem bem ensaiadas
num ensaio doloroso e desejado
por isso elas
sempre elas
falando do sim e do não
Ninguém mais percebe
Atento também para não escapar o trabalho
e o cuidado de protegê-las de outros ouvidos
Menos dos nossos aguçados pelo medo da descoberta
Estamos salvos por elas
Acarinhadas de tal modo
protegidas pelo amor
Se um dia explodirem
contrariarem as regras do silêncio
falarão por si
e então será um tempo mais feliz
Dulce Moura
terça-feira, 26 de maio de 2009
De Dom Quixote a Sancho:" La libertad, Sancho, es uno de los más preciosos dones que a los hombres dieron los cielos; con ella no pueden igualarse los tesoros que encierra la tierra ni el mar encubre; por la libertad así como por la honra se puede y debe aventurar la vida, y, por el contrario , el cautiverio es el mayor mal que puede venir a los hombres "
domingo, 24 de maio de 2009
Será que a História dá conta
dos que chegaram sem querer
ainda meninos
dos que partiram pela força
dos que tiveram medo
dos que pagaram pra ver
dos que morreram sem saber?
Tudo no mesmo saco
Pra todos a mesma crítica
cruel
Não há também vítimas do lado de lá?
Exilados em seus sonhos
Mutilados em seus desejos jamais vividos
Remendados em suas vidas ordinárias?
Dulce Moura
dos que chegaram sem querer
ainda meninos
dos que partiram pela força
dos que tiveram medo
dos que pagaram pra ver
dos que morreram sem saber?
Tudo no mesmo saco
Pra todos a mesma crítica
cruel
Não há também vítimas do lado de lá?
Exilados em seus sonhos
Mutilados em seus desejos jamais vividos
Remendados em suas vidas ordinárias?
Dulce Moura
sábado, 23 de maio de 2009
segunda-feira, 18 de maio de 2009
domingo, 17 de maio de 2009
sábado, 16 de maio de 2009
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Hoje entendi você
me olhando
pedindo ajuda
com palavras soltas
no papel os desenhos cuidadosos
a espera de atenção
leitura
tortura
desejo
uma vida toda pra se decifrar
e enganar
não sabe
sabe
tem jeito mais não
senão
o dizer sem palavras
apertadas
o pensar incompleto
deserto
e ainda lá
a faca no peito
lá fora a corrida
por tudo inteiro
perfeito
traduzido em verbo
como no inicio
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