sábado, 29 de maio de 2010

Ninguém mais sabia dele
endereço ignorado
falta de comunicação
Mundo pequeno
Vontade enorme de sumir
Escapava
Desviava o rumo quando percebia o conhecido
o já visto naquele tempo
Sustentava seus delírios de solidão
Conseguia não mais olhar os guardados em cima do móvel escuro
Ignorava os novíssimos meios de se encontrar alguém
Seria um dia vazio de histórias

dulce

Se cruzo com você na esquina
disfarço
viro senhora ocupada
preocupada com a hora

É o coração que acelera
manda eu arrumar os cabelos
ajeitar o vestido
aos pulos atravessa a rua
por pouco não chama seu nome

Dou a ordem de parar
Obedece
contrariado
encolhe a vontade

Sem deixar que perceba
olho bem para o seu rosto
e deixo que se confunda com o da foto da caixa


dulce

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Para a menina

Se antes era garota da vida
com dança ensaiada no espelho
Agora é moça contida
partida
com passos contados
esmero
dulce
O tempo antes de outro tempo
a espreita
em sentinela
O corpo
parece não entender a calmaria
As marcas de antes ainda estão
dulce