sábado, 26 de novembro de 2011

aprendi com  Manoel
o de Barros
a olhar as coisas de pertinho
sentir
a desaprender
e fazer de novo
e sempre
recortando
colando pedacinhos inusitados
entendendo melhor o que os sons das letras dizem
desaprendi com o Manoel
a crer nas convenções
a mania de corrigir invenção de qualquer gente
a  rabiscar de vermelho palavras dos outros
a rir do esquisito
com ele
o Manoel
peguei mania
de parar um tempão perto de árvore
e virar lagarta
de tomar banho de rio só pensando 
pedra rio lagarta amor parede menino
tudo depois vira palavra
tudo se desvira em palavra
e torna a virar
até a roda engordar
porque chamou todo mundo
pra dentro
pro centro
até cada um inventar a sua
e ter desjo de escrever no limo
escorregar na terra molhada
enfeitar frase com prefixos coloridos
e finais inesperados
palavra é boa se desperta vontade de brincar

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