sábado, 23 de abril de 2011



rola nas esquinas
numa conversa ou outra
com o copo na mão
depois de cumprir com a obrigação pro santo
arrepio de dia inteiro
força das palavras e das canções
espera ansiosa
depois dos pedidos
agradecimento
pelas graças atendidas
povo
mistura confusa aos olhos de fora
compreensível ternura pra quem está aqui
alvorada
nascer de mais esperança
e gira
e confia
sem isso não seríamos
assim tão cheios de fé
tantos ao mesmo tempo
num só
com mágoas guardadas
vencedores desconhecidos por aí
guerreiros como o santo escolhido
por fora das convenções
dos arranjos
quem sabe de nós é a vida
descoberta nos encontros
remendada quando preciso for
na cor vermelha
nos sons fortes do terreiro
nas mãos pro alto na igreja
um só pedido
um só agradecimento
que vem da espinha e não passa pelas teses dos intelectuais
e se passa é só uma ideia
muito descolorida
da verdade
salve!
salve quem acredita no calor das mãos
na benção que vem de longe
na rebeldia dos que venceram
e resguardaram sua crença

Dulce

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