Uso palavras emprestadas para dizer quem sou
Encontro sempre um modo de parecer quem quero
Quando meio Adélia invento um passado e mostro-me mulher madura
Noutro dia sendo Clarice encontro mistérios em mim
Florbela é o auge da intenção de desnudar-me sangrenta
Brinco de inventar com o Rosa
Simplifico sentimentos ao parecer Quintana
Valso com Chico ao sentir-me mulher
Drummond me ajuda a carregar o mundo
E vou assim tal qual personagem sem rosto
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
e a vida vai andando
olhando pra trás
pra frente
com rabo de olho também
quando menos se espera ela atravessa a rua
bate palmas no portão
e aguarda um pouquinho pela dona da casa
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