sábado, 19 de setembro de 2009

Hoje acordei com fitas no cabelo

e nas mãos anéis de pedras toscas

argolas da cor do ouro

muitas pulseiras

Senti cheiro de erva

invadindo narinas dormentes

Toquei em sedas

com os dedos que não eram mais meus


Sei por outros dela em mim

do seu desejo de sair

do seu medo da prisão

È de sempre a vontade de andar

pelos becos mais alegres

nos encontros de se amar


Se de antes ela vem

parece me preparar

pro dia que eu também

resolver me enfeitar

sair por bandas mais distantes

sem ter explicar

porque mesmo tão sozinha

é por lá que vou ficar


Farei outras alianças

me convertendo a outras crenças

Buscarei passos de outra andança

que por meio dela enfrenta

as cargas mais pesadas

os olhares de mau agouro

o destino dos pequenos

dos que quebram as argolas

desafiam pensamentos


Sina errante de outros cantos

de terras de outro mar

viajou

veio num barco

dentro de outro pra cá

Se é de lá sua origem

seu começo está em mim

em sua saia escondida

sua boca de carmim


Depir-me

Mostrar-me inteira

sem remendos

é a sina que me inspira.


Dulce

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