Hoje acordei com fitas no cabelo
e nas mãos anéis de pedras toscas
argolas da cor do ouro
muitas pulseiras
Senti cheiro de erva
invadindo narinas dormentes
Toquei em sedas
com os dedos que não eram mais meus
Sei por outros dela em mim
do seu desejo de sair
do seu medo da prisão
È de sempre a vontade de andar
pelos becos mais alegres
nos encontros de se amar
Se de antes ela vem
parece me preparar
pro dia que eu também
resolver me enfeitar
sair por bandas mais distantes
sem ter explicar
porque mesmo tão sozinha
é por lá que vou ficar
Farei outras alianças
me convertendo a outras crenças
Buscarei passos de outra andança
que por meio dela enfrenta
as cargas mais pesadas
os olhares de mau agouro
o destino dos pequenos
dos que quebram as argolas
desafiam pensamentos
Sina errante de outros cantos
de terras de outro mar
viajou
veio num barco
dentro de outro pra cá
Se é de lá sua origem
seu começo está em mim
em sua saia escondida
sua boca de carmim
Depir-me
Mostrar-me inteira
sem remendos
é a sina que me inspira.
Dulce
Nenhum comentário:
Postar um comentário