sábado, 9 de abril de 2011

Diego Rivera
se ajuda teve

foi pra curvar

descer até o possível

e nos joelhos marcados

contar as vezes do sim

muitas

do não nem se lembra

só por dentro

quando sobrava dia pra sentir

foi assim levando

sem saber do depois

dia depois de dia

e a noite curta e escura pra tanto sonho

de encher um saco

pesado

pra se gastar aos poucos

na lida do dia

enquanto podia

limpar suor com a manga da camisa

e deixar o olho marejado

molhado de desejo

seco de vontade

de viver

pra além dali

onde o possível existisse

e fosse maior que aquele pedaço

de vida

de fresta

pintada igual parede caiada

fraquinha

que vai com o tempo

com a chuva

e fica seca com sol

dulce




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