domingo, 10 de abril de 2011


se a moça tá diferente

vê lá o que ela traz no balaio pesado

remexe

é certo ter coisa boa

faz tempo tá tudo lá dentro

fita de cabelo

santinho da comunhão

vidro de perfume vazio

fotos de quem não quer esquecer

uma música repetida nos dias de abrir janela e tirar o pó da casa

nome de gente

cartão da viagem

poemas de amor

nome de bicho

e de planta também

benzeduras pra mau olhado

um monte de palavras perdidas

que bem arrumadinhas contam histórias

se a moça tá diferente

chega perto com jeitinho

que na barra da saia de renda

tem um nome costurado com linha de ouro

um mimo

cada letra desenhada tão diferente como a moça


disseram que dá sorte




e ela acreditou





Um comentário:

Anônimo disse...

Me surpreendo cada vez mais com vc. :D