Uso palavras emprestadas para dizer quem sou Encontro sempre um modo de parecer quem quero Quando meio Adélia invento um passado e mostro-me mulher madura Noutro dia sendo Clarice encontro mistérios em mim Florbela é o auge da intenção de desnudar-me sangrenta Brinco de inventar com o Rosa Simplifico sentimentos ao parecer Quintana Valso com Chico ao sentir-me mulher Drummond me ajuda a carregar o mundo E vou assim tal qual personagem sem rosto
quarta-feira, 22 de junho de 2011
DENIR
Na cabeça da moça cabe tudo:
caldeirão de bruxa
e livro de mil páginas
muitas palavras
e todos os significados
nomes de reis
com seus reinos perdidos
presidentes
e gente misturada na rotina dos dias.
Razão pra pensar tanto
e prazer nisso ela tem.
Não se esconde
vai lá
cutuca
pergunta
e se abre.
Quando sangra
e doi
não se nega
vai lá
limpa do jeito que pode.
Traz tanta coisa com ela
lá dentro:
lugar de poema bonito
conto de amor
menina com laço de fita
salto alto de mulher gostosa
desejo
lamento...
Igual a qualquer uma
o que a deixa tão bonita
é o que nela muda e nem sente.
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