sábado, 31 de agosto de 2013

aprendeu a escrever na confusão
bem no meio do redemoinho de ideias
nos dias de se ter vontade de gritar
e o jeito é engolir quieta
ninguém ensinou
nem leu seus escritos
é dela
mania de quem guarda palavras entre os dedos
dentro dos livros
no cantinho do quarto
debaixo do colchão
na gaveta de calcinhas
penduradas no varal depois da chuva
mania dela
nem sabe quando começou
acha palavras em todo lado
quando arruma os armários é dia de festa
elas saltam brincando com as memórias
chamando o passado pra brincar
quando o tempo é de calmaria
elas se organizam em fila
falam baixinho
e pedem pra a moça ficar quieta
longe do papel
a cabeça mesmo dá conta delas
feito lugar onde todo mundo senta e espera
com bons modos
palavra que é danada não se acerta com isso
escorrega dos bancos
cai no chão perto dos pés da moça que quase pisa nela
e pede pra virar história
sempre que pode
a moça atende







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