Uso palavras emprestadas para dizer quem sou Encontro sempre um modo de parecer quem quero Quando meio Adélia invento um passado e mostro-me mulher madura Noutro dia sendo Clarice encontro mistérios em mim Florbela é o auge da intenção de desnudar-me sangrenta Brinco de inventar com o Rosa Simplifico sentimentos ao parecer Quintana Valso com Chico ao sentir-me mulher Drummond me ajuda a carregar o mundo E vou assim tal qual personagem sem rosto
sábado, 31 de agosto de 2013
Portão I
portão era lugar de entrada
não de saída
por lá o mundo inteiro chegava
pelas bocas dos vizinhos
nas manchetes de jornal
escrito nos livros vendidos na porta
entrava de tudo
e ela não saía
esperava o outro dia
as notícias mais novas
o sol menos quente
e a noite tranquila daquele tempo
a rua ia até a esquina
além era longe demais
e ela menina esperava
com os pés pra fora
e corpo protegido pelo portão entreaberto
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário