segunda-feira, 23 de novembro de 2015

um rio passa dentro do menino
águas nunca paradas se misturam ao seu sangue
ora servem como antídoto para os males do homem já grande
ora fazem o menino ainda chorar de saudade
assim
o rio leva o menino de uma margem a outra
sem fazer perguntas difíceis ele se deixa levar
sonha com tempo de nadar sem o calção
sente até a água gelada queimando o corpo quase no inverno de lá
mas no verão da memória do menino é que tudo se faz mais claro
a água pega no colo morna com o sol
e faz papel de mãe
cuida
acaricia com gosto
e então o menino dorme e sonha
com tempo de voltar pra lá
por agora só a terceira margem o prende à vida
a terceira margem é sua espera





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